PARA LER ATÉ O FIM


Hoje vou contar uma história que acho que se você não passou, você provavelmente fez outra pessoa passar.

Você conheceu alguém muito legal e sentiu aquela conexão bacana, vocês ficaram e, desde as primeiras mensagens vocês demonstraram interesse em se conhecer, e depois de um encontro isso se reafirma; então vamos nos conhecer e ver “de qual que é”. Aí todos os dias você manda aquele bom dia cheio de disposição (ou talvez não rs), se interessa em saber se está tudo bem com o outro, até pergunta se a pessoa almoçou, como vai no trabalho ou faculdade, demonstra um interesse grande. Evita ao máximo não mandar muitas mensagens e fica a espera de um espaço, um convite pra se ver, assistir alguma coisa ou sair pra beber e ver gente, coisas que se faz com amigos normalmente. Mas esse convite nunca chega partindo do outro, então você, como uma pessoa que não tem problemas em demonstrar interesse, resolve chamar. Há duas situações: a primeira é quando a pessoa está sem tempo para você, PARA VOCÊ, pois a vida dela e os rolês dela continuam, ela está sempre fazendo algo com amigos ou fazendo nada sozinho; a segunda é quando a pessoa te diz Que não está fazendo nada e, então, vocês podem se ver. Nos dois casos só um lado está fazendo todo o trabalho sozinho. E provavelmente se você demonstrar o mínimo de desapontamento, corre o risco de ouvir/ler frases como “calma, estamos só nos conhecendo”, “nossa você é muito carente” ou pior, ser ignorado mais uma vez e tachado de louco e apressado.

Tem um lado da história que realmente quer conhecer, quer deixar rolar e torna isso claro, sem jogos de desinteresse. Porque conhecer é permitir que mundos se aproximem e que o outro faça parte do teu mundo aos poucos. Mas do outro lado pode haver alguém que não tem espaço para você no universo dele. Alguém que quando você procura até está lá, mas se você não se move esse alguém não existe.

Não gaste todas as suas energias para tentar construir uma relação de mão única. Se você está tentando construir uma relação mesmo que de amizade com alguém que demora para te responder, desenvolve diálogos curtos e rápidos que, na maioria das vezes, são apenas respostas e nunca perguntas, às vezes te dá explicações vagas e mantém um abismo entre vocês... Essa pessoa não está afim de você. E talvez não seja culpa de ninguém, você não escolhe ser como é, porém escolhe suas atitudes e deixar que alguém se aproxime de você se você não tem interesse de que a pessoa fique não é legal.

Não tente abraçar o mundo de alguém que está de braços fechados, abrace quem te abraça te volta, com vontade. E não mude seu jeito de ser pelo fato de outras pessoas te apontarem, te chamarem de sentimental, dramático ou dizerem que é carência. Geralmente aquilo que o outro enxerga em você como carência, é o que falta nele de empatia.

E se você é alguém que não procura nada sério, deixe isso bem claro. Não deixe brechas, não diga que vai deixar rolar se você não vai se mover do seu mundo. Não deixe ninguém esperando na porta do lado de fora; abra e deixe entrar ou peça para o outro seguir em frente. Seja continuação na vida dos outros e não pausa. Não diga que está afim de conhecer se o seu mundo for particular demais para receber alguém. Não alimente expectativas, não guarde lugar ao seu lado para alguém que você não vai convidar para se sentar contigo. Se você deixar o outro esperando no escuro, no meio de incertezas, a pessoa vai começar a te questionar, cobrar de certa forma aquilo que foi “combinado de início” e não adianta você ficar bravo com uma situação que foi criada por você mesmo, que não faz questão nem de dizer um “oi”. E não tem essa de que o outro está sem tempo, quem se interessa por você te dá o mínimo de atenção e tem o mínimo de respeito por você e pelo seu tempo. Não seja esse tipo de pessoa.

E se você acha que relacionamento é prisão, que tira tua liberdade de ser, ir, vir e fazer tudo o que você gosta, que é ter que dar satisfações o tempo todo, você aprendeu errado o que é relacionamento. Estar com alguém não implica em abandonar tua vida, amigos, projetos. Estar com alguém é ter duas mãos a mais para te empurrar para frente, para segurar as pontas quando você não consegue sozinho e te ajudar a levantar caso caia. É ter alguém com quem contar para viajar para ver o mar ou para assistir uma série segurando o celular na mão, é amizade, parceria, é ser livre e voar junto... É dividir o peso da vida e tornar tudo mais leve. Namorar não é estar junto fisicamente 24 horas por dia, 7 dias por semana, mas alguém que nesse meio tempo não tem medo de mostrar que está por ali, se precisar. Há conexão, sinceridade, há conversas longas sobre qualquer coisa e às vezes há silêncio; às vezes. É entender e respeitar a individualidade de cada um.

E se mesmo assim não houver espaço para outra pessoa, não deixe o outro esperando por aquilo que você não pode oferecer... 

Com certeza haverá outro alguém esperando para te dar tudo aquilo que já sugaram de você sem retorno, haverá quem tenha coragem, se importe, assuma, não se limite, não se prenda em suas próprias convicções... a prisão que criamos dentro de nós mesmos é a que impede nossas raízes de se firmarem e nos tornarem mais fortes, seguros de si.

Agora vai, deixa suas raízes fincarem em algum solo por aí, deixa a árvore da vida crescer, florescer, dar frutos... Haverá tempestade, frutos podres, mas a primavera sempre vem pra reflorestar... Então seja primavera na vida de alguém!

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