OS SINOS DA CATEDRAL



Silenciosamente te afastas
Para a lama, me arrastas
Desmancha minh’alma
Golpeia minha calma...

De longe ouço os sinos
Que badalam na catedral
Meu coração salta a cada batida
Na estrada recôndita para o nada
Perco o sentido da vida...

De longe ouço os sinos
Dom, dom, dom, dom...
Meu coração taciturno
Segue célere este som...

É meia-noite
Nua e crua
Eu, ruando na tênue linha entre saudade e esquecimento
Me desespero nesse ermo chamado a falta tua...

Silenciosamente, me arrastas
Para a lama, me arrastas
Do coração, te afastas,
A espinha me gela,
E a dor não passa...

Os sinos tocam e tremem a catedral,
Os sinos tocam e, tremo como tal...

Quão efêmera é a vida...
Quão perene a dor dessa ida...
Te afastas,
Me arrastas,
Os sinos tocam,
O tempo passa,
A catedral treme,
A espinha me gela,
Mas a dor, essa não passa...

Não te iludas para que volte,
Não te exijo abrir mão
Deste deplorável ceticismo...
Cinismo não é cura,
Ilusão é tortura...

Os sinos tocam
E continuo sentado,
O relógio na parede não para,
Meu coração a todo o momento dispara...

Tudo é poeira no vento...
O som dos sinos vem e fica.
Tudo é poeira no tempo...
O sinos não param e tu, que deste coração não sai...
Tudo é poeira no vento...
Os sinos pararam...
Se queres ir, vai.





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