Canção da Viagem del'Estrada



 As palavras estão gritando aqui dentro

Escorrendo pelos dedos, caem no papel

Recônditas no corpo e nas ideias

Saltam pelos olhos

Mas a boca permanece Tácita. Cerrada.

Como um universo expandindo as palavras me rasgam n'alma

Em meio ao vazio escuro e silencioso do espaço 

Perfurando a fraca carne

Um peito frágil que sangra e implora 

Mas a boca permanece cerrada. Tácita.

Enlouqueço aos poucos e engolfo-me nas horas.

Apago o cigarro

Entro e tranco as portas

Fecho a janela

Me deito e repouso os olhos

É a estrada que leva ao lugar onde as palavras são livres

Onde o tenho perto de tudo de mim 

E Não há futuro do pretérito composto por fuga

Pois aqui dentro no mundo dos sonhos não há medos

Os muros foram derrubados

Para mim restará outubros de primavera com tons de laranja

Para ti só resta a visão de mim, o único 

Até que os olhos se abram novamente.

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